Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PADORNELO

Blogue acerca da terra, das pessoas, dos costumes e da História de PADORNELO, freguesia do concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, publicado por JOFRE DE LIMA MONTEIRO ALVES.

Blogue acerca da terra, das pessoas, dos costumes e da História de PADORNELO, freguesia do concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, publicado por JOFRE DE LIMA MONTEIRO ALVES.

PADORNELO

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Capela das Angústias

Capela do Amparo

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2011
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2010
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2009
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2008
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2007
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2006
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2005
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D

Correio Electrónico

Contacto via jofrealves@sapo.pt
27
Fev06

Costumes de Tempos Idos: O Ritual da Cozedura do Pão

cozinheiro09[1].gif

    A fornada ou acto de cozer pão obedecia a um ritual próprio, hoje um pouco esquecido. A masseira onde ia repousar o pão já amassado era previamente limpa para ficar sem nenhum vestígio das anteriores cozeduras, porque assim o pão podia ressuar.

 

    Na lareira era colocada água nos potes para aquecer. No caso do pão de mistura, fazia-se a boroa na proporção de um alqueire de farinha de milho para um quarto de farinha de centeio.

 

    Trazida a farinha do moinho, a dona da casa benzia-a previamente e nela abre-se um buraco onde se vai deitando aos poucos a água a ferver, e ao mesmo tempo vai-se mexendo, envolvendo a água e a farinha com uma pá de madeira, até atingir determinado contexto e estar toda molhada.

 

    De seguida começa-se a amassar a massa à força de braços, depois de se lhe juntar o fermento, uma porção calculada em função da massa da cozedura.

 

    Depois de bem amassada, termina-se fazendo no final uma cruz desenhada com um dedo ou com a pá, a qual de seguida fica a levedar num canto da masseira, durante cerca de duas horas.

 

    A cruz, um conceito ritualizado, servia «para que levede melhor». Nessa altura, nenhuma peça de vestuário masculino se podia colocar em cima da masseira, pois o pão nunca mais levedava.

 

    De seguida vai-se aquecer o forno, usando caruma de pinheiro, e as brasas são espalhadas no interior do forno para dar uma temperatura igual e constante, usando-se para tal uma vara comprida, chamada o sarriscadouro.

 

    Em muitas casas fazia-se na lareira o bolo do tacho, numa frigideira com azeite, na qual se deita alguma massa em forma de bolos, nos quais se fazem buracos com o dedo mendinho para fritar mais depressa.

 

    Aquecido o forno e já com a massa levedada, varria-se o forno com uma vassoura de giesta ou de codessos, e ainda por vezes era limpo com um novelo de farrapos envolvidos na ponta dum pau, o chamado varredouro.

 

    Depois passava-se para a massa, da qual é retirada uma certa porção que se coloca numa gamela de madeira e sobre ela faz-se uma cruz e deita-se umas pedras de sal, para o diabo não entrar nele, e guarda-se até à próxima cozedura.

 

    Numa grande gamela de madeira de pinho, começa-se a padejar o pão, fazendo-se boroas, as quais soão introduzidas no forno com uma pá redonda de pinho.

 

    Ao deitarem as boroas dentro do forno previamente aquecido, dizia-se as seguintes orações:

 

Deus de acrescente

Dento de forno,

E fora do forno

E a quem te comer.

 

    Cumprido mais este ritual a porta do forno era tapada com bosta fresca e não com barro, porquanto se acredita que deste modo o pão coze melhor, e aguarda-se o tempo que a experiência milenar de então sabia ser necessário para cozer o pão.

 

    Outros acreditam que a bosta, que se via buscar à corte ou pelos caminhos, transmite ao pão um gosto especial e melhor qualidade.

          

    Depois da porta aberta, bate-se três pancadas com a pá em cima do pão, para o acordar, tira-se para fora e colocam-se as boroas em cima da masseira para arrefecer, findo o que guarda-se o pão, que deve durar uma semana.

     

Forno para cozer a boroa.

  

Abertura do forno.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Capela das Angústias

Capela do Amparo

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2011
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2010
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2009
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2008
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2007
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2006
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2005
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D

Correio Electrónico

Contacto via jofrealves@sapo.pt