«Ao fim da tarde de quinta-feira [dia 4 de Novembro de 1897] appareceu na visinha freguezia de Padornello um cão atacado de hydrophobia, que, até ao momento em que escrevemos, sabe-se ter mordido nos pequenos Secundino Antonio Barbosa[1] e Vidal da Silva[2], da mesma freguezia, e arremetido contra o snr. professor primário de Insalde, que a muito custo se defendeu com um guarda-chuva. Tambem mordeu um porco d’um caseiro do snr. dr. Antonio Nogueira[3] e investiu contra uma vacca, que não conseguiu alcançar. Cães mordidos não se sabe o numero, mas deve ser crescido, pela abundancia d’animaes d’esta espécie que por ahi ha. O digno administrador do concelho[4] adoptou immediatas providencias para serem remettidas ao Instituto Pasteur, em Lisboa, as crianças mordidas, e tomou outras medidas que as circumstancias reclamavam».
Jornal O LIBERTADOR DE COURA: SEMANARIO IMPARCIAL, Paredes de Coura, 1.º ano, n.º 41, de 7 de Novembro de 1897, p. 2.
[1] Secundino António Barbosa, do lugar das Portelas, freguesia de Padornelo, filho de Secundino António Barbosa, comerciante.
[2] Vidal Manuel da Silva, do lugar de Cima de Vila, freguesia de Padornelo, filho de Severino José da Silva, lavrador.
[3] Dr. António Cândido Nogueira.
[4] Francisco Bento de Sá, natural da vila de Paredes de Coura, benemérito, comerciante e industrial no Brasil.