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PADORNELO

Blogue acerca da terra, das pessoas, dos costumes e da História de PADORNELO, freguesia do concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, publicado por JOFRE DE LIMA MONTEIRO ALVES.

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20
Nov05

Costumes de Tempos Idos - A Matança do Porco: Memória Social

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    A matança era uma das mais significativas festas de família, o que se compreende na medida em que a carne de porco e a batata eram a base essencial da alimentação e a auto-suficiência permitia viver sem excessivo recurso ao exterior.

 

    Matava-se tantos mais porcos quanto o estatuto social e a condição financeira o permitiam: a riqueza avaliava-se pelo número de porcos que se matava.

 

    A carne era racionada de modo a durar todo o ano, até á próxima matança, os untos e pingos, constituem uma preciosa reserva que substituiu o azeite.

 

    Os porcos eram criados e alimentados com refeições à base de batata, milho, legumes e o farelo, e viviam nas cortes, os baixios da casa de moradia da família.

 

    A matança tinha lugar no Inverno, altura em que as actividades agrícolas estão reduzidas ao mínimo e a temperatura fria permitia a sua conservação. O dia da matança, para além dum específico cerimonial, era um autêntico dia de festa, para alguns mais um pretexto de comezaina, num ambiente de folia e de aproximação ritual da família e da comunidade.

 

    A matança resulta, assim, da conjugação de muitos e distintos factores, e desempenha uma função social relevante nas comunidades rurais, fortemente estruturada e rica de tradições.

 

    Estão presentes para além do agregado familiar e da equipa de trabalho, os convidados da esfera aldeã, amigos, parentes, residentes noutras localidades, formando grupos elevados, que determinam o número de comensais. As facas, alguidares, a meda de palha, o banco são preparativos essenciais para a operação, para além das pessoas.

 

    Tudo começa com o ritual de «matar o bicho» com aguardente, boroa, figos, chouriço e vinho tinto. Na cozinha afadigam-se com os potes ao lume, com o descascar das batatas.

 

    O matador, um perito de reconhecida fama, conduz o bicho para cima dum banco, e com um golpe profundo por baixo do pescoço consuma a morte e o sangramento, que é amparado nos alguidares. De seguida é chamuscado, segue-se a lavagem para o que se usa instrumentos de raspagem, água e por vezes sabão.

 

    Concluída esta, começa a abertura, sendo pendurado com a cabeça para baixo, para se tirar o couracho, o subventre, o unto, o fígado, os rins, o coração, a buchada, as tripas.

 

    A tradição impunha uma refeição de trabalho festiva no dia da matança de proporções mais amplas e intenso significado, constituída pelos produtos perecíveis, como o sangue, fígado, pulmões, e carne salgada de porco velho.

 

    As relações sociais quotidianas impunham a redistribuição pelas casas dos amigos e vizinhos que não foram convidados ou mais carenciados, ou a casas que anteriormente tiveram a mesma amabilidade, onde se dá bocados crus de carne, pedaços de fígado, o chamado presente, uma prática de levar um prato de carne de porco nova, sempre recoberto de um pano, tarefas de que eram encarregues os mais novos.

 

    No dia seguinte tem lugar a desmancha da carcaça, quase sempre 24 horas depois do porco morto, as carnes repartidas e salgadas, e depois postas ao fumo. Fazem-se os chouriços e demais fumeiros, aproveitando as tripas previamente bem lavadas e cortadas segundos tamanhos convencionais.

 

    As chouriças são postas por cima da lareira em paus delgados, e são curados durante 3 ou 4 semanas, com uma cura condigna com a qualidade desejada.

 

    Nos dias seguintes pela aldeia, outras matanças se fazem, e como os convites são retribuídos, ninguém falta, a festa ritualizada e simbólica contínua.

 

    Hoje menos, é verdade, fruto das contingências da vida moderna, imposições e regras vindas da Europa, tendem a submergir e a desagregar a acção identitária comunitária. Ainda resistimos, sabe-se lá por quanto tempo. E a matança do porco como espaço social faz parte da nossa riqueza patrimonial.

 

01
Nov05

Padornelo e o Terremoto de 1 de Novembro de 1755

    O padre dr. José Bernardino Soares de Castro e Moscoso era abade de Padornelo, quando a 25 de Abril de 1758 teve que responder ao famoso Inquérito Paroquial, o qual ficou conhecido como "Memórias Paroquiais de 1758".

 

    Na parte acerca do terramoto o pároco da igreja matriz de Santa Marinha de Padornelo deu a seguinte informação, que se pode consultar no Arquivo Nacional da Torre do Tombo na seguinte cota: ANTT, Dicionário Geográfico de Portugal, volume XXVII, fl. 87, microfilme 454, e que aqui transcrevo mantendo a grafia do século XVIII:

 

«O terremoto de 1755 tambem aqui se experimentou e causou bastante pavor ao povo, contudo por mercê do Altissimo não se experimentou nesta freguesia ruína alguma».

 

    Por sua vez uma fonte anónima descreve assim o sismo (ANTT, ms. 1229):

 

«Em o 1.º de novembro ás 9 horas e 40 minutos da manhã succedeu o lastimoso Terramoto. Tremeu a terra com três impulços o 1.º ainda que precedido de hum ruido medonho foy tão pequeno que a poucas pessoas atemorizou mas continuando o abalo foy tão violento que as casas principiarão a aruinar-se; Durou hum minuto e meyo em que houve o intervalo de hum minuto; o 2.º cahindo casas com hum ruido espantoso durou dous minutos e meyo havendo o intervalo de outro minuto; o 3.º durou tres minutos e ficou no fim serenado durando tudo isto 9 minutos.»

  

  Lisboa, terremoto de 1755.

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