Antiga versão satírica do Padre-Nosso do Moleiro, documentada no Norte de Portugal desde o século XIX, que pretende mostrar a tradição segundo a qual os moleiros exageravam, muitas vezes, na quantia de farinha que tiravam como pagamento da maquia pelo seu trabalho.
Venhas embora meu saco,
Três maquias t'eu rapo;
Uma por te trazer, outra por moer
E outra para o meu burro comer.
Vem a minha mulher
E tira o que ela quer;
Vem a minha Maria
E tira a sua maquia.
Vem o meu criado:
Este pão ainda não está maquiado,
E, se não fora por me envergonhar,
Até o baraço te havia de maquiar.
Padre-Nosso do Moleiro (outra versão da Beira Alta)
Tira-te para aí, taleigo
Que me pareces um saco
Um te tiro, outro te rapo
Outro para o burro, porque está fraco
Tira-te daí, para esse canto
Senão, ainda te tiro, outro tanto
E se não tivesse contas a dar
Nem o atilho havia de entregar.